Pastores comentam suas interpretações a respeito do tema, falam sobre segundo casamento, adultério e restituição de ministérios
Eles tinham certeza que o amor duraria para sempre. Ele tão protetor, amigo, carinhoso, cavalheiro. Já ela, tão frágil, amorosa e sensível. A cerimônia de casamento foi linda! A bênção do pastor só completava aquilo que tinham certeza ser um plano maravilhoso de Deus. Porém, após alguns anos de convivência, a rotina, os filhos, as responsabilidades foram os afastando, até que não sabiam mais porque estavam juntos, e a convivência tornou-se insuportável. A solução então foi o divórcio.
A separação conjugal é um assunto que permeia a sociedade. Na Bíblia, vários trechos referem-se ao divórcio. Em Mateus 19:3-12, Jesus responde aos fariseus, e fala que a carta de divórcio deveria ser dada à esposa caso seu marido não a quisesse mais. Porém, Jesus condenava a separação por motivos banais, eram aceitos os casos em que um dos cônjuges tivesse cometido adultério.
"As mulheres eram simplesmente repudiadas, lançadas para fora de casa. Sem a carta de divórcio, essas mulheres permaneceriam casadas, a carta foi fornecida para protegê-las", explicou o reverendo Fausto Brasil, idealizador do Ministério Apoio, que atua com solteiros, separados, divorciados e viúvos, por meio do aconselhamento e eventos.
Reverendo da Igreja Presbiteriana de São Vicente, Fábio Ciribelli complementa que havia vários motivos para que uma mulher fosse rejeitada por seu marido:"Se elas queimavam o pão ou não temperavam a comida adequadamente, ou se não gostavam de suas maneiras, ou se não era boa dona de casa".
Ciribelli ressalta que o fim do casamento não é feito de acordo com a vontade de Deus e sim com a do homem: "O rompimento do vínculo matrimonial, uma vez consumado, seja ele sancionado ou não pelo poder civil, expressa a vontade do homem, jamais a vontade de Deus. Não é outro o sentido de Mateus 19.8: '... Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres, entretanto, não foi assim desde o princípio'".
A última opção
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), só no ano de 2007, foram totalizada 179.342 separações no país. Para cada quatro casamentos feitos, havia um divórcio.
Esses dados alcançaram também os bancos das igrejas evangélicas brasileiras. Tem sido mais habitual encontrar pastores divorciados, ou que estão em seu segundo casamento, ocupando os púlpitos. Esse é o caso de C. M., pastor de uma igreja no interior de Minas Gerais, casado com a mulher por quem nutriu sentimentos ainda em seu primeiro casamento. "O divórcio é o fim da linha. Quando se esgotam as possibilidades de reconciliação. O casamento torna-se uma hipocrisia", afirma o pastor.
Para o rev. Ciribelli, a separação conjugal é a última opção para um casal com problemas no relacionamento: "O divórcio configura-se uma solução extrema para matrimônios já destruídos. Ele não cria condições favoráveis ao rompimento do vínculo matrimonial nem mesmo conduz o casal à separação. O divórcio apenas confirma a disposição de se separarem, manifesta pelo homem e pela mulher, em razão da impossibilidade que sentem de conviver como marido e mulher".
Além das conseqüências emocionais, a separação conjugal traz outras implicações: "Quando acontece o divórcio você perde muito, mais perde do que ganha, em muitos casos. Perde amigos, status, a condição financeira às vezes cai para menos da metade. Muitas mulheres tiveram que voltar ao mercado de trabalho depois de estar há tempo sem trabalhar. Na maioria dos casos é mais fácil buscar restaurar o casamento do que divorciar-se e contrair um novo casamento", opinou o rev. Brasil, líder do ministério Apoio.
A Igreja e o divórcio
"O estímulo sempre deve ser dado no sentido de restaurar o casamento, mesmo porque é muito mais fácil do que casar-se novamente. [....]. Nós devemos continuar enfatizando o casamento, ajudar visando a restauração, mas entendendo que em alguns casos isso não vai acontecer. E na infelicidade dessas pessoas que não conseguirem restaurar seus casamentos, a Igreja precisa abraçar essas pessoas feridas e ajudá-las a se reerguerem na vida", afirma o rev. Fausto Brasil sobre o que aponta ser a missão da Igreja em relação ao divórcio.
O pastor Josué Gonçalves, terapeuta familiar e pastor sênior do Ministério Família Debaixo da Graça, também acredita que o divórcio é uma porta de emergência e não uma porta de saída para os matrimônios em crise: " A igreja não pode diminuir na sua pregação o valor do casamento, pelo contrário, comprometeremos a reputação do conteúdo doutrinário do Evangelho. No Sermão da Montanha, Jesus disse que ? estreita é a porta e apertado o caminho? e isso se enquadra também na questão do casamento. Antes de qualquer coisa, a igreja precisa ser um agente de cura para aqueles que precisam de um milagre no seu casamento".
Segundo o rev. Ciribelli, a questão do divórcio deve ser considerada à luz da Graça de Cristo: "De fato, ao romperem o vínculo do matrimônio, homem e mulher rebelam-se contra a vontade de Deus, mas tal ato de desobediência não é maior nem mais grave que os demais atos de desobediência contra Deus, praticados pelo homem. Assim, o perdão de Deus vale também para aqueles que fracassarem no seu matrimônio".
O ministério pastoral e o divórcio
Logo que se envolveu emocionalmente com outra mulher, ainda casado, o pastor C. M pediu ajuda aos seus líderes e retirou-se do ministério. Divorciou-se e casou com a mulher por quem se apaixonara.
"Eu não acreditava mais em mim. Achava que o meu ministério tinha acabado e que eu jamais teria condições morais de estar novamente em cima de um púlpito. Como iria orientar alguém sobre casamento, família? Precisei fazer terapia, desejava até a morte. Chorava muito e parecia que tudo havia acabado para mim", testemunhou o pastor C.M.
C.M. retornou ao púlpito, entretanto, sofreu perseguição e oposição de outros líderes evangélicos: "Eles não aceitam e não creem que alguém que caiu no divórcio e case com outra pessoa diferente possa estar à frente de uma obra. Eles aceitam perdão para o assassino que matou 30, 40 pessoas, para o pastor que rouba igreja e comete outros tipos de pecados, mas o divórcio parece que é o fim da linha", apontou.
Há 19 anos no ministério de famílias, Josué Gonçalves acredita que o adultério do pastor como motivo para uma separação tem resultados que transcendem a compreensão humana diante da graça de Deus: "Davi adulterou, mentiu, matou, e Deus não o excluiu, pelo contrário, o perdoou, mas ele pagou muito caro pelo que fez, a colheita foi dolorosa daquilo que ele plantou. A questão é que depois de uma tragédia desta na vida de um pastor, ele perde muito da sua autoridade para ministrar aquilo que mais defendeu. É o que vemos hoje acontecendo com muitos colegas no ministério".
Para o rev. Brasil, a razão do divórcio é que vai dizer se o pastor deve continuar no ministério ou não: "Eu conheço alguns pastores divorciados, eu diria que avalio caso por caso. Tenho colegas que o divórcio aconteceu porque suas esposas os abandonaram, simplesmente desistiram. Eu não posso ser tão radical, julgar um colega nessa condição. Se o pastor adulterou e segue sua vida e seu ministério, não interessa, ele é um adúltero. A minha orientação deve ser que ele pare com seu ministério e vá dedicar-se a outra área".
O divorciado
Na opinião de Brasil, que é organizador do Ministério Apoio, juntamente com sua esposa Nanci Wiesel Brasil, as pessoas divorciadas possuem sentimentos comuns, como culpa e vergonha. "Uma coisa que eu sempre digo aos divorciados é isso: 'Cuidado com a culpa e a vergonha, porque a culpa te afasta de Deus e a vergonha te afasta das pessoas. Se você ficar sozinho na condição que está, isso vai ser uma tragédia para você?".
Ele também aponta o preconceito por parte de mulheres casadas, que costumam enxergar as mulheres divorciadas como rivais.
O Ministério Apoio trabalha desde 1996 com cristãos não-casados (solteiros, viúvos e divorciados). Oferecem apoio para diversos âmbitos das vidas dessas pessoas. "Nós enfatizamos a área espiritual, entendemos que o divorciado precisa voltar-se para Deus. Na área emocional, entendemos que o divorciados são pessoas machucadas. Na social, possibilitamos que esses interajam, não fiquem enclausurados em seu mundo, mas que se relacionem com pessoas, reconstruam ou construam novas amizades. Damos orientação sexual, que é uma área de conflito na vida deles. Atuamos na área de missões, que é o envolvimento dessas pessoas em alguma área dentro da Igreja. Há muitos divorciados que já se voltaram para Deus, mas as igrejas não abrem portas para que eles atuem", explicou Fausto Brasil.
Um novo casamento
Após passar pela dor do divórcio, muitos demoram para assumir um novo relacionamento. Outros assumem o relacionamento que antes era extra-conjugal e tentam seguir adiante.
O rev. Ciribelli explica que na passagem de Mateus 5:32 Jesus afirma que qualquer pessoa que se divorciar, por motivos diferentes de traição, e iniciar um novo casamento, está adulterando, porque a separação não quer dizer a dissolução do casamento: "A mulher não tinha direito de casar-se de novo, e nem o marido. Ambos pecam se casam de novo ou mantêm relações sexuais com outra pessoa. Neste caso, está claro que o casamento não foi dissolvido. Apesar do divórcio, o casal ainda permanece casado. A questão da dissolução é o ponto central de todo o problema".
O motivo pelo qual ocorreu a separação conjugal é avaliado por muitos pastores na hora de celebrar um novo matrimônio. "Alguns casamentos de divorciados eu já fiz e faço. Desde que eu entenda que os motivos do divórcio ocorrido são irreparáveis e que esse novo casamento pode ser bem sucedido", explicou o rev. Brasil.
Para o pastor Josué Gonçalves é importante também analisar cada divórcio e os motivos pelo qual ele ocorreu. "Se uma pessoa foi abandonada pelo seu cônjuge, que já está com outra pessoa, ele pode ser considerado uma vítima. Eu nunca fiz, e confesso que teria dificuldade para fazer [casamento de pessoas divorciadas], mas não estou fechado quanto a isto se eu for convencido de que a pessoa que está se casando é uma 'vítima'", reiterou..
Fonte: Guia-me
Eles tinham certeza que o amor duraria para sempre. Ele tão protetor, amigo, carinhoso, cavalheiro. Já ela, tão frágil, amorosa e sensível. A cerimônia de casamento foi linda! A bênção do pastor só completava aquilo que tinham certeza ser um plano maravilhoso de Deus. Porém, após alguns anos de convivência, a rotina, os filhos, as responsabilidades foram os afastando, até que não sabiam mais porque estavam juntos, e a convivência tornou-se insuportável. A solução então foi o divórcio.
A separação conjugal é um assunto que permeia a sociedade. Na Bíblia, vários trechos referem-se ao divórcio. Em Mateus 19:3-12, Jesus responde aos fariseus, e fala que a carta de divórcio deveria ser dada à esposa caso seu marido não a quisesse mais. Porém, Jesus condenava a separação por motivos banais, eram aceitos os casos em que um dos cônjuges tivesse cometido adultério.
"As mulheres eram simplesmente repudiadas, lançadas para fora de casa. Sem a carta de divórcio, essas mulheres permaneceriam casadas, a carta foi fornecida para protegê-las", explicou o reverendo Fausto Brasil, idealizador do Ministério Apoio, que atua com solteiros, separados, divorciados e viúvos, por meio do aconselhamento e eventos.
Reverendo da Igreja Presbiteriana de São Vicente, Fábio Ciribelli complementa que havia vários motivos para que uma mulher fosse rejeitada por seu marido:"Se elas queimavam o pão ou não temperavam a comida adequadamente, ou se não gostavam de suas maneiras, ou se não era boa dona de casa".
Ciribelli ressalta que o fim do casamento não é feito de acordo com a vontade de Deus e sim com a do homem: "O rompimento do vínculo matrimonial, uma vez consumado, seja ele sancionado ou não pelo poder civil, expressa a vontade do homem, jamais a vontade de Deus. Não é outro o sentido de Mateus 19.8: '... Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres, entretanto, não foi assim desde o princípio'".
A última opção
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), só no ano de 2007, foram totalizada 179.342 separações no país. Para cada quatro casamentos feitos, havia um divórcio.
Esses dados alcançaram também os bancos das igrejas evangélicas brasileiras. Tem sido mais habitual encontrar pastores divorciados, ou que estão em seu segundo casamento, ocupando os púlpitos. Esse é o caso de C. M., pastor de uma igreja no interior de Minas Gerais, casado com a mulher por quem nutriu sentimentos ainda em seu primeiro casamento. "O divórcio é o fim da linha. Quando se esgotam as possibilidades de reconciliação. O casamento torna-se uma hipocrisia", afirma o pastor.
Para o rev. Ciribelli, a separação conjugal é a última opção para um casal com problemas no relacionamento: "O divórcio configura-se uma solução extrema para matrimônios já destruídos. Ele não cria condições favoráveis ao rompimento do vínculo matrimonial nem mesmo conduz o casal à separação. O divórcio apenas confirma a disposição de se separarem, manifesta pelo homem e pela mulher, em razão da impossibilidade que sentem de conviver como marido e mulher".
Além das conseqüências emocionais, a separação conjugal traz outras implicações: "Quando acontece o divórcio você perde muito, mais perde do que ganha, em muitos casos. Perde amigos, status, a condição financeira às vezes cai para menos da metade. Muitas mulheres tiveram que voltar ao mercado de trabalho depois de estar há tempo sem trabalhar. Na maioria dos casos é mais fácil buscar restaurar o casamento do que divorciar-se e contrair um novo casamento", opinou o rev. Brasil, líder do ministério Apoio.
A Igreja e o divórcio
"O estímulo sempre deve ser dado no sentido de restaurar o casamento, mesmo porque é muito mais fácil do que casar-se novamente. [....]. Nós devemos continuar enfatizando o casamento, ajudar visando a restauração, mas entendendo que em alguns casos isso não vai acontecer. E na infelicidade dessas pessoas que não conseguirem restaurar seus casamentos, a Igreja precisa abraçar essas pessoas feridas e ajudá-las a se reerguerem na vida", afirma o rev. Fausto Brasil sobre o que aponta ser a missão da Igreja em relação ao divórcio.
O pastor Josué Gonçalves, terapeuta familiar e pastor sênior do Ministério Família Debaixo da Graça, também acredita que o divórcio é uma porta de emergência e não uma porta de saída para os matrimônios em crise: " A igreja não pode diminuir na sua pregação o valor do casamento, pelo contrário, comprometeremos a reputação do conteúdo doutrinário do Evangelho. No Sermão da Montanha, Jesus disse que ? estreita é a porta e apertado o caminho? e isso se enquadra também na questão do casamento. Antes de qualquer coisa, a igreja precisa ser um agente de cura para aqueles que precisam de um milagre no seu casamento".
Segundo o rev. Ciribelli, a questão do divórcio deve ser considerada à luz da Graça de Cristo: "De fato, ao romperem o vínculo do matrimônio, homem e mulher rebelam-se contra a vontade de Deus, mas tal ato de desobediência não é maior nem mais grave que os demais atos de desobediência contra Deus, praticados pelo homem. Assim, o perdão de Deus vale também para aqueles que fracassarem no seu matrimônio".
O ministério pastoral e o divórcio
Logo que se envolveu emocionalmente com outra mulher, ainda casado, o pastor C. M pediu ajuda aos seus líderes e retirou-se do ministério. Divorciou-se e casou com a mulher por quem se apaixonara.
"Eu não acreditava mais em mim. Achava que o meu ministério tinha acabado e que eu jamais teria condições morais de estar novamente em cima de um púlpito. Como iria orientar alguém sobre casamento, família? Precisei fazer terapia, desejava até a morte. Chorava muito e parecia que tudo havia acabado para mim", testemunhou o pastor C.M.
C.M. retornou ao púlpito, entretanto, sofreu perseguição e oposição de outros líderes evangélicos: "Eles não aceitam e não creem que alguém que caiu no divórcio e case com outra pessoa diferente possa estar à frente de uma obra. Eles aceitam perdão para o assassino que matou 30, 40 pessoas, para o pastor que rouba igreja e comete outros tipos de pecados, mas o divórcio parece que é o fim da linha", apontou.
Há 19 anos no ministério de famílias, Josué Gonçalves acredita que o adultério do pastor como motivo para uma separação tem resultados que transcendem a compreensão humana diante da graça de Deus: "Davi adulterou, mentiu, matou, e Deus não o excluiu, pelo contrário, o perdoou, mas ele pagou muito caro pelo que fez, a colheita foi dolorosa daquilo que ele plantou. A questão é que depois de uma tragédia desta na vida de um pastor, ele perde muito da sua autoridade para ministrar aquilo que mais defendeu. É o que vemos hoje acontecendo com muitos colegas no ministério".
Para o rev. Brasil, a razão do divórcio é que vai dizer se o pastor deve continuar no ministério ou não: "Eu conheço alguns pastores divorciados, eu diria que avalio caso por caso. Tenho colegas que o divórcio aconteceu porque suas esposas os abandonaram, simplesmente desistiram. Eu não posso ser tão radical, julgar um colega nessa condição. Se o pastor adulterou e segue sua vida e seu ministério, não interessa, ele é um adúltero. A minha orientação deve ser que ele pare com seu ministério e vá dedicar-se a outra área".
O divorciado
Na opinião de Brasil, que é organizador do Ministério Apoio, juntamente com sua esposa Nanci Wiesel Brasil, as pessoas divorciadas possuem sentimentos comuns, como culpa e vergonha. "Uma coisa que eu sempre digo aos divorciados é isso: 'Cuidado com a culpa e a vergonha, porque a culpa te afasta de Deus e a vergonha te afasta das pessoas. Se você ficar sozinho na condição que está, isso vai ser uma tragédia para você?".
Ele também aponta o preconceito por parte de mulheres casadas, que costumam enxergar as mulheres divorciadas como rivais.
O Ministério Apoio trabalha desde 1996 com cristãos não-casados (solteiros, viúvos e divorciados). Oferecem apoio para diversos âmbitos das vidas dessas pessoas. "Nós enfatizamos a área espiritual, entendemos que o divorciado precisa voltar-se para Deus. Na área emocional, entendemos que o divorciados são pessoas machucadas. Na social, possibilitamos que esses interajam, não fiquem enclausurados em seu mundo, mas que se relacionem com pessoas, reconstruam ou construam novas amizades. Damos orientação sexual, que é uma área de conflito na vida deles. Atuamos na área de missões, que é o envolvimento dessas pessoas em alguma área dentro da Igreja. Há muitos divorciados que já se voltaram para Deus, mas as igrejas não abrem portas para que eles atuem", explicou Fausto Brasil.
Um novo casamento
Após passar pela dor do divórcio, muitos demoram para assumir um novo relacionamento. Outros assumem o relacionamento que antes era extra-conjugal e tentam seguir adiante.
O rev. Ciribelli explica que na passagem de Mateus 5:32 Jesus afirma que qualquer pessoa que se divorciar, por motivos diferentes de traição, e iniciar um novo casamento, está adulterando, porque a separação não quer dizer a dissolução do casamento: "A mulher não tinha direito de casar-se de novo, e nem o marido. Ambos pecam se casam de novo ou mantêm relações sexuais com outra pessoa. Neste caso, está claro que o casamento não foi dissolvido. Apesar do divórcio, o casal ainda permanece casado. A questão da dissolução é o ponto central de todo o problema".
O motivo pelo qual ocorreu a separação conjugal é avaliado por muitos pastores na hora de celebrar um novo matrimônio. "Alguns casamentos de divorciados eu já fiz e faço. Desde que eu entenda que os motivos do divórcio ocorrido são irreparáveis e que esse novo casamento pode ser bem sucedido", explicou o rev. Brasil.
Para o pastor Josué Gonçalves é importante também analisar cada divórcio e os motivos pelo qual ele ocorreu. "Se uma pessoa foi abandonada pelo seu cônjuge, que já está com outra pessoa, ele pode ser considerado uma vítima. Eu nunca fiz, e confesso que teria dificuldade para fazer [casamento de pessoas divorciadas], mas não estou fechado quanto a isto se eu for convencido de que a pessoa que está se casando é uma 'vítima'", reiterou..
Fonte: Guia-me
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