Deitados na cama, o casal de evangélicos Rogério Souza Santos, 31 anos, e Simone Silva Santos Souza, 29 anos, teve sua intimidade violada por quatro policiais na manhã de ontem (25) em sua casa, localizada na rua da Resistência, no Bairro da Paz. O sono do motorista e da estudante do curso técnico de enfermagem foi interrompido pelos gritos dos agentes que participavam da Operação Big Bang 2.
Mas, não foram apenas os sonoros ‘Acorda, vagabundo’ que assustaram os religiosos. Cobertos apenas com lençóis, eles ouviram deitados o barulho dos policiais arrombando as portas da casa. Com armas em punho, os agentes cercaram a cama do casal e deram voz de prisão.
Contudo, os seus nomes não constavam na lista dos 35 procurados em Salvador. A operação, deflagrada na Bahia e em Mato Grosso, tinha como objetivo prender o segundo escalão da quadrilha comandada pelo traficante Genilson Lino Silva, o Perna, que está preso na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná .
Indignada com a situação, Simone relembra os momentos de humilhação diante da força policial. ‘Chutaram a porta do quarto e queriam que eu saísse pelada. Fui obrigada me vestir na frente dos policiais. Eles não mostraram nenhum mandado e quiseram levar meu marido’, contou a mulher que vive no imóvel desde o início do casamento, há 15 anos.
Os policiais, entre eles um delegado, chegaram a conduzir o casal para a viatura, mas nesse momento resolveram checar a documentação e comprovaram o engano. ‘Quando queriam que entrássemos na viatura eu gritei e disse que eles não tinham apresentado mandado de prisão. Nesse momento o delegado percebeu que o nome do procurado era Maurício Ribeiro. Depois disso, eles entraram na viatura e o delegado, sem olhar para trás, sussurrou um pedido de desculpas’, reclama o rodoviário, que está afastado do trabalho por problemas na coluna.
Ameaças
De acordo com o casal, os mesmos policiais, não satisfeitos com o susto, voltaram ao imóvel no final da manhã fazendo ameaças. ‘Um policial disse que ia nos levar presos por que éramos petulantes. Só não nos colocaram no camburão porque o delegado disse que isso era errado. Só depois que anotaram o número de nossas identidades saíram da rua e ainda debocharam quando eu falei que ia denunciar o abuso. Me pergunto: como a polícia vai ajudar a sociedade agindo dessa maneira?’, questionou o rodoviário que há 26 anos reside no bairro. Nesse período, nunca sofreu nenhum tipo de violência.
No final da tarde de ontem, o casal denunciou o ocorrido na Corregedoria da Polícia Civil. O secretário de segurança pública, César Nunes, não identificou os policiais que invadiram a casa dos evangélicos, mas garantiu apuração na Corregedoria.
Medo Espalhado
Duas ruas acima da do casal, a ação de outro grupo de policiais invadiu mais uma casa errada, mas desta vez pediram até licença. ‘Eles foram educados, mas assim que viram meu marido já foram logo colocando as algemas. Reviraram a casa inteira dizendo que estávamos malocando drogas e armas. Pediram a identidade de meu marido e daí perceberam que estavam procurando por outra pessoa’, relembra a doméstica. O mandado para o imóvel nª 61 da rua do Sossego era em nome de Reinaldo Carvalho França, o Nanau.
Menina de 13 anos assistiu a prisão da mãe
“Estava dormindo sozinha com minha mãe quando os policiais derrubaram a porta. Tive muito medo. Bagunçaram a casa toda. Diziam para eu dizer onde ela escondia a droga. Falaram para minha mãe sair da cama. Pensei que iam matar ela na minha frente. Quando iam algemar ela pedi ao policial para não fazer isso. Gritei querendo saber para onde eles iam levar ela. Um policial só gritou que ela ia para os Barris (Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes)’, contou a menina que cursa a 6ª série do ensino fundamental e mora na rua da Resistência.
Fonte: Por Jorge Gauthier Redação CORREIO 24 Horas / O Verbo
Mas, não foram apenas os sonoros ‘Acorda, vagabundo’ que assustaram os religiosos. Cobertos apenas com lençóis, eles ouviram deitados o barulho dos policiais arrombando as portas da casa. Com armas em punho, os agentes cercaram a cama do casal e deram voz de prisão.
Contudo, os seus nomes não constavam na lista dos 35 procurados em Salvador. A operação, deflagrada na Bahia e em Mato Grosso, tinha como objetivo prender o segundo escalão da quadrilha comandada pelo traficante Genilson Lino Silva, o Perna, que está preso na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná .
Indignada com a situação, Simone relembra os momentos de humilhação diante da força policial. ‘Chutaram a porta do quarto e queriam que eu saísse pelada. Fui obrigada me vestir na frente dos policiais. Eles não mostraram nenhum mandado e quiseram levar meu marido’, contou a mulher que vive no imóvel desde o início do casamento, há 15 anos.
Os policiais, entre eles um delegado, chegaram a conduzir o casal para a viatura, mas nesse momento resolveram checar a documentação e comprovaram o engano. ‘Quando queriam que entrássemos na viatura eu gritei e disse que eles não tinham apresentado mandado de prisão. Nesse momento o delegado percebeu que o nome do procurado era Maurício Ribeiro. Depois disso, eles entraram na viatura e o delegado, sem olhar para trás, sussurrou um pedido de desculpas’, reclama o rodoviário, que está afastado do trabalho por problemas na coluna.
Ameaças
De acordo com o casal, os mesmos policiais, não satisfeitos com o susto, voltaram ao imóvel no final da manhã fazendo ameaças. ‘Um policial disse que ia nos levar presos por que éramos petulantes. Só não nos colocaram no camburão porque o delegado disse que isso era errado. Só depois que anotaram o número de nossas identidades saíram da rua e ainda debocharam quando eu falei que ia denunciar o abuso. Me pergunto: como a polícia vai ajudar a sociedade agindo dessa maneira?’, questionou o rodoviário que há 26 anos reside no bairro. Nesse período, nunca sofreu nenhum tipo de violência.
No final da tarde de ontem, o casal denunciou o ocorrido na Corregedoria da Polícia Civil. O secretário de segurança pública, César Nunes, não identificou os policiais que invadiram a casa dos evangélicos, mas garantiu apuração na Corregedoria.
Medo Espalhado
Duas ruas acima da do casal, a ação de outro grupo de policiais invadiu mais uma casa errada, mas desta vez pediram até licença. ‘Eles foram educados, mas assim que viram meu marido já foram logo colocando as algemas. Reviraram a casa inteira dizendo que estávamos malocando drogas e armas. Pediram a identidade de meu marido e daí perceberam que estavam procurando por outra pessoa’, relembra a doméstica. O mandado para o imóvel nª 61 da rua do Sossego era em nome de Reinaldo Carvalho França, o Nanau.
Menina de 13 anos assistiu a prisão da mãe
“Estava dormindo sozinha com minha mãe quando os policiais derrubaram a porta. Tive muito medo. Bagunçaram a casa toda. Diziam para eu dizer onde ela escondia a droga. Falaram para minha mãe sair da cama. Pensei que iam matar ela na minha frente. Quando iam algemar ela pedi ao policial para não fazer isso. Gritei querendo saber para onde eles iam levar ela. Um policial só gritou que ela ia para os Barris (Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes)’, contou a menina que cursa a 6ª série do ensino fundamental e mora na rua da Resistência.
Fonte: Por Jorge Gauthier Redação CORREIO 24 Horas / O Verbo
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