MÉXICO (*) - No mês passado, líderes “católicos tradicionalistas” expulsaram 57 cristãos evangélicos de cidades em dois estados por se recusarem a participar de seus festivais religiosos. Líderes do catolicismo tradicionalista, uma mistura de catolicismo romano e rituais nativos, expulsaram 32 cristãos em uma vila no estado de Hidalgo e outros 25 de uma cidade em Oaxaca. Nos dois casos, os evangélicos foram retirados de suas propriedades por se recusarem a participar de festivais de embriaguez e adoração a ícones católicos. Centenas de cristãos evangélicos de seis estados do México organizaram uma caravana no dia 10 de agosto em favor dos 32 evangélicos de Los Parajes, que foram violentamente retirados de suas casas quando católicos tradicionalistas os agrediram com facas e cordas. Eles foram forçados a deixar para trás 121 acres de terra, com plantações, gado e propriedades. Os 32 cristãos do estado de Hidalgo, norte da Cidade do México, dizem que perderam colheitas inteiras de milho e gergelim, e estão perdendo a estação para plantar jicama. Ônibus e carros preparados para a caravana se encontraram ao meio-dia na cidade de Tantoyuca, prosseguindo juntos até Huejutla, onde deixaram os veículos e continuaram a pé até a praça central, carregando a bandeira mexicana, uma bandeira cristã e cartazes com mensagens de amor e apoio. O pastor Carlos Del Angel, de Cerro Azul, organizou o protesto, com os manifestantes levando roupa e comida para as vítimas. Um dos líderes expulsos, Enrique García, disse ao jornal Milenio Hidalgo que as autoridades locais e estaduais deveriam respeitar os direitos daqueles que foram expulsos. “Parece impossível para mim que, uma vez provado que nós, evangélicos, cumprimos com nossas obrigações com a cidade, mesmo assim, devemos ser expulsos”, afirma García. “Eu creio que cerca de 70% da população de Los Parajes está aberta para nosso retorno.” Em fevereiro, os cristãos haviam chegado a um acordo com a comunidade, que permitia que eles escolhessem seguir a religião que preferissem, mas quando Enedino Luna Cruz assumiu a liderança da cidade, queimou o documento. No início, o grupo que foi expulso, incluindo seis crianças e muitos outros adultos, se refugiou em dois cômodos na escola Benito Juarez, em Huejutla, dormindo no chão e sobrevivendo sem água ou aliemento. O jornal Milenio Hidalgo noticiou que, em 28 de julho, os moradores da cidade de Los Parajes ofereceram uma permissão para que os cristãos retornassem, contanto que negassem a fé e pagassem o equivalente a US$ 13.900 em multas por se recusarem a contribuir com os festivais tradicionais católicos. “Somos tratados como deliquentes só por sermos cristãos”, afirmou Roberto Hernandez, um líder evangélico. Os homens foram proibidos de deixar a escola para conseguir dinheiro ou alimento. No dia 4 de agosto, os refugiados foram retirados da escola e enviados para uma pequena casa de três quartos, um banheiro e nenhuma mobília. Devido à falta de espaço, os homens não conseguiram deitar para dormir. Há informações de que, em 10 de agosto, os homens foram levados para uma casa maior, com cinco quartos de dois banheiros.
Tradução: Portas Abertas
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